sábado, 18 de setembro de 2010

Karate Kid

Nota 6,5
Porque não Kung-Fu Kid? Alguém me Explica porque um filme que se passa na china e usa kong-fu como enredo se chama Karate Kid.
Tudo bem, essa dúvida já vem desde o filme original de 1984, então vamos ao que interessa.
A superação, o “chegar lá”, vencer após uma jornada cheia de obstáculos são elementos fundamentais para a sociedade e cinema dos Estados Unidos. Não dá para pensar na cultura norte-americana sem passar por um sistema que vende a ideia de um mundo possível para todos os cidadãos, basta “apenas” lutar.
O roteiro escrito pelo estreante Christopher Murphey segue a base do filme original. Porém, é muito mais inteligente para aprisionar o espectador em todas as situações emotivas. Por exemplo: quando o personagem de Jaden Smith finalmente aprende alguns golpes, Karatê Kid usa e abusa da troca de cenas e de uma trilha pela qual é impossível ficar indiferente.
Quando anúnciaram o remake tudo indicava para uma grande porcaria modista de hollywood. E quando lançaram as primeiras imagens totalmente coloridas do filme e a trila sonora com Justin Bieber com a música tema, tudo realmente indicava uma porcaria pois era uma monte de porcaria junto.
Só que, ao contrário do que tudo indicava, este Karatê Kid (The Karate Kid, 2010) mostrou força e superou todas estas desconfianças.
O filme tem algo peculiar que o deixa diferente de muitos outros filmes ruins que é o respeito pela inteligencia do espectador. O filme não FALA ou descreve tudo a quem esta assistindo mas consegue mostrar sem palavras passagens muito importântes para o longa. Essa qualidade de não subestimar a inteligência de seu público fica exemplificada na passagem do tempo, que é percebida através do carro que Han está reformando na sala de sua casa, ao contrário daquelas legendas padrões que demonstram os dias. Conforme acompanhamos o treinamento do jovem, o carro vai ficando cada vez mais arrumado, o que dá a sensação de que os dias estão passando, sem precisar que seja dito para o espectador comum. Este respeito pela inteligência de quem está assistindo se estende por todo o filme, seja na hora em que Dre pega um pedaço de papel, após a bebedeira de Han, e, mesmo aquilo tudo estando em chinês, ele - e, conseqüentemente, nós que estamos assistindo -, entende perfeitamente o que houve, sem precisar que nada além seja dito.
Claro que não dá para extrair muita filosofia do filme. É entretenimento pipoca e refrigerante, sem pretensões além de passar a mensagem da superação e do diálogo entre diferentes. Dentro disso, elenco afinado (com Jackie Chan e Jaden Smith promissor) deixou o filme bom e divertido. Assistam sem comparações com o passado.

Direção: Harald Zwart
Roteiro: Michael Soccio
Elenco: Jaden Smith (Daniel Larusso), Taraji P. Henson, Jackie Chan
Trailer


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