terça-feira, 9 de novembro de 2010

Scott Pilgrim Contra o Mundo

Nota 8,0

Caros nerds, finalmente chegou!!!!
Depois de uma longa novela sobre a estréia de Scott Pilgrim Contra o Mundo, finalmente chegou. O pior na verdade não é esperar a estréia brasileira, o difícil é engolir notícias vindas do mundo todo falando muito bem do filme, rasgando elogios enquanto nós ficamos com água na boca para conferir.
Mas valeu a espera. O filme é muito bom, possui um tema batido com uma roupagem totalmente original.
Na história, o personagem do título recém chutado pela namorada e baixista de uma banda de rock de garagem começa a namorar uma garota menor de idade. Com tudo, Pilgrim acaba se apaixonando pela antipática Ramona Flowers. O rapaz logo descobre que, para conseguir namorar a menina de cabelo roxo, verde e nem lembro mais que cor, terá de enfrentar uma liga formada pelos sete ex-namorados malignos da moça.
Esse finalzinho da sinopse é uma metáfora genial. Esses sete ex-namorados são verdadeiros vilões das fases de vídeo-game e Pilgrim tem que lutar com todos para ficar com a recompensa, sua amada. Isto nos leva a realidade dos problemas que se traz com lembranças do passado como os ex-namorados que atrapalham os relacionamentos presentes entre um garoto e uma garota.
Utilizando uma série de artifícios que mais aproximam o longa de uma grande partida de vídeo game (como não soltar um leve sorriso de reconhecimento ao ver uma barra de nível de urina se esvaziando conforme o personagem utiliza o banheiro, ou ignorar os planos de luta que lembram os jogos de luta 2D de antigamente?). O diretor Edgar Wright cria um ambiente completamente inovador. O clima funciona perfeitamente bem, sendo dosado entre as cenas. As cenas, aliás, principalmente as de luta, são muito bem montadas e merecem um crédito extra pela dificuldade atingida pela edição, que dá suporte aos momentos genialmente cômicos (como a cena em que Pilgrim se prepara como numa montagem rápida do super-man para uma batalha, para ser detido no último momento amarrando os tênis lentamente como um jovem).
O filme é realmente perfeito para quem gosta de vídeo-game, me senti na fantasia de uma partida de Street Fighter e ao mesmo tempo numa dramática cena da vida real.
Como eu disse quem gosta de vídeo-game vai amar o filme, mas esse é justamente o problema do longa. O público é muito restrito, busca somente os jovens que, um dia curtiram a fase 2D dos games. A trama, como eu também já disse, é muito batida. Se trata dos problemas de um jovem nerd com relação à sociedade, o diferencial é realmente a maneira que é mostrada esta trama. Então se você, leitor não diz: “CARACA QUE SINISTRO!!” quando vê uma partida de the king of fighter no youtube, não vai gostar do filme.

Direção: Edgar Wright
Roteiro: Edgar Wright, Michael Bacall, Brian Lee O'Malley
Elenco: Michael Cera, Mary Elizabeth Winstead, Brandon Routh, Jason Schwartzman, Aubrey Plaza, Kieran Culkin, Brie Larson, Mae Whitman, Ellen Wong, Anna Kendrick, Mark Webber, Alison Pill, Satya Bhabha

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sábado, 6 de novembro de 2010

As Múmias do Faraó

Nota 5,5

Antes de assistir ao filme dei uma "sapecada" nos quadrinhos europeus e fui percebendo que nós, brasileiros, perdemos muito da arte européia idolatrando em absoluto super-heróis norte americanos. Esta conclusão só cheguei com ajuda do Érico Borgo, grande crítico e cinéfilo maluco que tem me ajudado muito. 
No começo do século XX, Adèle é uma escritora de sucesso. Durante a pesquisa para seus livros, ela embarca em expedições a locais exóticos. Dessa vez ela vai ao Egito descobrir os conhecimentos científicos daquela civilização. O filme As Múmias do Faraó (Les aventures extraordinaires d'Adèle Blanc-Sec) é a adaptação cinematográfica de uma das aventuras de Adèle Blanc-Sec, personagem principal de uma série de quadrinhos produzidos na década de 70.
A história se passa no início do século XX e a protagonista vai a locais exóticos para viver aventuras que envolvem uma dose de misticismo. Se o leitor gosta de ver esse tipo de narrativa, com as franquias Indiana Jones e A Múmia como exemplos recentes, deve dar uma chance de se encantar com as peripécias da escritora francesa. Eu particularmente não gosto. Na verdade até gostava quando era criança, mas aos poucos fui amadurecendo com relação a este tipo de comédia aventureira e a partir dai Indiana Jones (para mim) tornou-se uma grande "Framboesa".
Um ponto forte do filme é a personagem principal. Adèle é uma mulher forte e determinada, o que cativa a platéia feminina. Já a beleza da atriz Louise Bourgoin (O Pequeno Nicolau) deve ser suficiente para agradar-nos homens admiradores da beleza européia.
Mas ai vem os pontos negativos. O filme não consegue atingir a comédia que promete e a aventura, se não fosse pelos efeitos especiais, seria tão monótona quanto chata.
Um assunto que muito me irrita é a merda da tradução nacional. É interessante ver como pensam as produtores brasileiros.
"- Aaaa, me parece que o pessoal de Hollywood não vai produzir uma continuação da franquia" diz o dono da produtora.
"- Então vamos traduzir essa merda para As múmias do Faraó" diz o estagiário.
"- Nossa essa merda de idéia é ótima, vamos mudar" concorda do dono da produtora.

O nome original do filme trás referencias aos quadrinhos que relatam as aventuras da personagem principal - "As Aventuras Extraordinárias de Adèle Blanc-Sec".
Só quero ver se, Luc Besson o diretor, fizer o segundo filme da franquia que nome esses loucos irão dar. Com certeza vou me surpreender.


Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson
Elenco: Louise Bourgoin, Mathieu Amalric, Gilles Lellouche, Jean-Paul Rouve, Jacky Nercessian, Philippe Nahon, Nicolas Giraud, Laure de Clermont-Tonnerre, Gérard Chaillou

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