sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei

Nota 9,0

A onda do império nas telonas não parou em Elizabeth I, Vitória, Elizabeth II. Agora é a vez de um rei bilhar, mesmo que seja gago.
É impressionante como Tom Hooper teve a sensibilidade de tornar um rodapé de página, uma observação, um pequeno detalhe em algo genial.
O rei George VI é a bola da vez. Estive lendo a história da Inglaterra no final do século XIX início do século XX e todos os artigos, ou não falam, ou falam quase nada a respeito do problema enfrentado pelo rei neste filme. A dificuldade na fala, que poderia ser problema pequeno na vida de uma pessoa comum, torna-se um grande empecilho na vida do rei, não só pela má comunicação, mas também pela baixa estima que aquilo impunha-lhe e que, por consequência, poderia afetar o seu reinado já debilitado pela morte do pai, pela repentina renúncia do antecessor, o irmão mais velho, e pela iminência da entrada da Inglaterra na 2ª Guerra Mundial.
O Discurso do Rei aborda com muita elegância um assunto um tanto quanto cômico que é a gagueira e trás a figura do monarca para um âmbito mais humano.
Somos inseridos em 1925, onde o Príncipe Alberto (Colin Firth), o Duque de York, tenta discursar em pleno estádio de Wembley, ocasião em que acontecia a Exposição do Império Britânico. Os seus problemas de gaguez já são revelados, e percebemos que este é um problema de extrema relevância, uma vez que o rádio começava a surgir como uma tecnologia cada vez mais útil para efeitos de comunicação, principalmente para os políticos. A sua condição como monarca não lhe permite uma lacuna que comprometa a comunicação com o povo então o Príncipe vai à procura de tratamento médico. É quando encontra o médico fonoaudiólogo Lionel Logue (Geoffrey Rush) e partir daí, explorando os diálogos bem sucedidos, a evolução médica do problema do Duque, o crescimento de sua alto-estima e a amizade que começa acontecer entre o médico e o paciente, que o filme acontece.
Quando um filme não se utiliza de recursos técnicos e parte para o caminho do dialogo para o roteiro ser expresso, é que vemos a qualidade dos atores. Colin Firth vai além do que meramente interpretar o rei, como incorpora com perfeição seus cacoetes, sua garra escondida pela sua deficiência. Isso significa que uma gagueira bem representada pode valer até Oscar. Sem falar que Geoffrey Rush mostrou muita autoconfiança (até mesmo por ser uma exigência do papel que é oposto à personalidade do rei) e competência. E na outra ponta, Helena Bonham Carter que depois de fazer Alice no País das Maravilhas volta aos papéis “normais” e faz seu papel com sutileza, mostrando-se uma ótima atriz para fazer filmes biográficos diferente dos últimos trabalhos fantasiosos.
Em uma frase: Melhor filme do ano.
Atenção para o pessoal que estava perguntando no twitter e por e-mail este filme, O discurso do Rei, é minha aposta para o prêmio de melhor filme em 2011 e Colin Firth também é minha preferencia para melhor ator. Com 12 indicações (recorde deste ano) O Discurso do Rei é um grande favorito a maioria dos prêmios, até porque a academia gosta muito dos filmes que relatam a monarquia britânica. Ótimo filme, não deixem de ver.

Diretor: Tom Hooper
Roteiro: David Seidler
Elenco: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter, Derek Jacobi, Michael Gambon, Guy Pearce, Claire Bloom, Tim Downie, Timothy Spall, Robert Portal, Richard Dixon, Paul Trussell, Adrian Scarborough, Andrew Havill, Charles Armstrong, Roger Hammond

Trailer

3 comentários:

  1. Muito bom esse post.

    Adorei o filme e concordo com vc com relação aos atores. O Colin está lindo nesse filme.
    O blog está muito bom, tem muito coisa. vou começar a acompanhar.

    Bjsss
    Parabéns

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  2. Olá, vi seu tweet convidando para a postagem, perdão pela demora. Legal conhcere o blog de um cinéfilo. O filme realmente é ótimo, também é o meu preferido do ano. O premio de melhor atriz eu daria a Natalie Portman por Cisne Negro. Muito bacana teu blog, volto outras vezes.

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  3. Seus critérios de avalição são bem exigentes hein... eu daria nota 10.

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